Aconteceu em São Joaquim da Barra, do dia 22 a 25
de janeiro no Recinto da Festa da Soja, o treinamento intensivo de verão de
Judô “Shotyugueiko 2015”. O treinamento é uma pré-temporada em parceria com a
Equipe de Judô Branco Zanol, Prefeitura Municipal e o Departamento de Esporte.
Durante
o período cerca de 350 atletas participaram de um treinamento de alto nível,
ministrado pelos senseis (em japonês, forma como são chamados os professores de
judô) Branco Zanol e Sérgio Ferrante. Ainda, a programação contou com a
participação do projeto de ballet “Nos passos da dança”, com a coreografia
contemporânea, o ginasta bicampeão
mundial do solo e membro ativo na seleção brasileira Diego Hypólito, um dos
grandes fenômenos do judô mundial Tiago Camilo, o judoca e escritor Max
Trombini e o sensei Sadao Fleming Mulero estudioso e amante da filosofia
oriental, além de autoridades da região.
O
evento contou com a participação de judocas de várias associações e estados
como: Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, várias associações da
cidade de São Paulo, Associação de Judô Vila Sônia, Hebraica, Centro Olímpico,
Projeto Futuro, Santo André, Ribeirão Pires, e cidades e associações da região de
Ribeirão Preto.
O shotyugueiko é um treinamento e não uma competição. Tem
como objetivo superar os limites da mente e do corpo, deixando claro o desejo
de superação, absorver conhecimento técnico, socializar com outras regiões do
país e vivenciar culturas diferentes.
Os judocas além de manterem a concentração nas aulas de
judô, precisam ser responsáveis pelos seus pertences, horários e deveres,
gerando assim mais disciplina e independência em um tatame de quase mil metros
quadrados com toda estrutura necessária para o início de uma preparação física
e mental.
Esse movimento para quem é amante do esporte torna cada
vez mais inspirador, e a região de São Joaquim da Barra tonou-se um polo
esportivo, com intuito, garra e determinação, não só para a cidade, mas para o
Brasil.
Para o ginasta Diego Hypólito determinação foi à palavra
chave para o projeto de judô Branco Zanol, “ tudo isso parte de uma ousadia de
envolver tantas crianças e dar oportunidade de sonhar, é honrável esses
projetos e eles deveriam ser levados a diante no Brasil todo.”.
Pela primeira vez no shotyugueiko 2015, João Vitor, 16
anos, do Instituto Reação no Rio de Janeiro, diz ser importante a experiência,
“pensei que fosse ser um treino razoável, mas foi puxado, vou levar bastante
aprendizado e força de vontade para estar cada vez mais bem preparado.”.
Uma das novidades é a atividade de madrugada. Como
tradição no shotyugueiko, os atletas são avisados minutos antes de começar.
Esse tipo de capacitação contribui para uma melhor preparação para a vida.
“sobre a madrugada eu não esperava, foi surpresa, mas coloquei o kimono e
treinei, dei o meu melhor”, completa João Vitor.
A oportunidade de mudança de vida, a cobrança, os
sacrifícios tudo vale a pena para quem sonha com uma medalha olímpica, e o
segredo é não desistir dos sonhos, o primeiro obstáculo tem que ser vencido e
com objetivo.
Para o judoca e escritor Max Trombini, a palavra educação
define esse evento, “a proposta do judô é transformar homens para uma sociedade
melhor, sonho do campeão é o que move, o Branco é um grande líder, sofreu a dor
de uma lesão e não desanimou.”.
Educação essa que levou Max a escrever o livro “Aprendiz
de Samurai” e que resultou num filme “A Grande Vitória”. Max conta que não
tinha pretensão nenhuma. “Tive uma grande rejeição paterna, então me
transformei numa pessoa rebelde na infância, e aquelas dores eu carregava, em
um determinado momento na minha vida desabafei no caderno, num sentido
cronológico e passei para um jornalista, que mais adiante Fernando Meireles
cineasta, entrou em contato comigo para contar a minha história.”
Layana Colman, 16 anos, judoca de Campo Grande, que já
participou pela quarta vez diz que a forma de pensar desde o primeiro
shotyugueiko até hoje mudou bastante, “nunca é o suficiente, sempre podemos
ultrapassar o limite, essa mistura que aconteceu de treino, filmes do Max
Trombini e palestras com Tiago Camilo é interessante porque o atleta não é
formado somente de físico.”.
O primeiro ensinamento do judô para aqueles que sonham
com uma medalha olímpica é ter humildade para aprender, esse é o primeiro
pré-requisito, o judoca cai mais na vida, para por dentro levantar, é ter
segurança.
Para o fenômeno do judô mundial Tiago Camilo, a vitória
para chegar ao pódio se constrói a cada seção de treino é sair esgotado sabendo
que está construindo uma vitória, “estou em busca da minha terceira medalha
olímpica, tenho medalha de prata em Sidney e bronze em Pequim, é um sonho que
venho alimentando desde criança, de chegar ao topo do pódio olímpico, hoje me
dedico 110 % em função disso, espero fazer uma boa competição.”.
Essa dedicação e disciplina levou Tiago Camilo a criar um
instituto que atende cerca de 200 crianças em Paraisópolis, “é um trabalho
gratificante dá muito prazer, é uma responsabilidade grande, viajei muito pelo
Brasil vivenciando essa realidade de dificuldade, falta de oportunidade e
fomentando o esporte, e o instituto é uma forma de retribuir para a sociedade
tudo aquilo que eu tive, oportunizando sem custo algum a pratica do judô.”.
Para o idealizador do projeto, Judoca Atleta Olímpico
Branco Zanol, o shotyugueiko é uma metamorfose, “muda o formato das pessoas de
sentirem o judô, muitas chegaram aqui na quinta-feira de uma maneira e estão
indo embora de outra, no treino da madrugada
eles tiveram que superar, cansaço, a chuva forte e água no tatame, esse
é o shotyugueiko”
Para 2016 muitas novidades vem por ai, “vamos ver se
conseguimos trazer dois ou três países, já que sediar esse evento é uma grande
emoção, estou muito feliz, agradeço aos vereadores, ao prefeito Marcelo Mian, a
equipe Branco Zanol, os convidados especiais que vieram de tão longe para
prestigiar o judô.” finalizou Branco
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